Meio milhão de médicos no Brasil, e agora?
Atingimos a marca de mais de meio milhão de médicos no Brasil. Todo mundo sabe que o mercado de trabalho na medicina está mudando muito e rápido, mas, afinal de contas: qual é a realidade brasileira? No ano passado, a pesquisa Demografia Médica chegou à sua quinta edição – e com ela, temos uma foto do atual momento da medicina, e mais, conseguimos ver o movimento dos últimos anos. Separamos aqui alguns pontos que você não pode perder.
Resumo
- Nas novas gerações, as mulheres são maioria
- Apesar do aumento da relação médicos/1.000 habitantes, persiste uma importante desigualdade na distribuição dos profissionais no país
- Está mais fácil passar no vestibular: entre 2010 e 2020, as vagas em faculdades mais que dobraram
- Está mais difícil passar na residência: as vagas de residência não aumentaram na mesma proporção que as faculdades
#1 Mais de 500 mil médicos no Brasil
Alcançamos essa marca histórica, e o maior número de médicos já registrados no país.
Na última década, de 2010 a 2019, 179.838 novos médicos entraram no mercado de trabalho. Com isso, o país passa a ter 2,38 médicos a cada mil habitantes. O recomendado pela OCDE é de 3,5 médicos – ainda temos muito pela frente.
#2 Mais mulheres:
Nos grupos de médicos mais jovens (até 29 anos), as mulheres já são a maioria, representando 58,5% dos médicos formados. Importante destacar que a participação das mulheres varia em cada contexto regional, e temos estados em que a participação não chega a 40% (Amapá). Nos estados do Alagoas, Rio de Janeiro e Pernambuco, o número de médicas já ultrapassa o número de médicos.
#3 As desigualdades regionais insistem em existir:
As regiões Norte e Nordeste apresentam apenas 1,30 e 1,69 médicos por mil habitantes, o que é ainda muito pouco: a região Norte, por exemplo, agrupa 8,8% de toda a população do país, mas conta com somente 4,6% dos médicos em atividade. Já o Nordeste, reúne 27,2% da população, mas somente 18,4% dos médicos. Por outro lado, o Sudeste agrupa mais da metade dos médicos do país – 53,2% – que atendem 42,1% da população brasileira.
Mas não é só em macrorregiões que está o problema. Há enorme desigualdade entre interior e capital – e muita possibilidade de crescimento no interior, já que o estudo cita que” as 48 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes têm, juntas, a razão de 4,89 médicos por mil habitantes”. Para se ter uma ideia da dimensão da desigualdade, esses municípios reúnem 31,7% de toda a população do país e contam com 62,4% de todos os médicos!
#4 Mais especialistas:
Temos cada vez mais médicos especialistas no Brasil, mas o número não acompanha o aumento de oferta de vagas da graduação – o que gerará mais e mais competição pelas vagas de residência. Quatro especialidades concentram 38% deles: Clínica Médica (11,3% do total de especialistas), Pediatria (10,1%), Cirurgia Geral (8,9%) e Ginecologia e Obstetrícia (7,7%). Como duas delas são pré-requisitos para outras especialidades, o destaque aqui vai para Pediatria e GO.
#5 E as vagas para vestibulandos?
Nos últimos 20 anos, o Brasil assistiu à rápida expansão de vagas em medicina. Em 2020, o Brasil contava com 357 escolas médicas que ofereciam, juntas, 37.823 vagas de graduação. O aumento foi de 16.836 vagas de graduação oferecidas em 2010 para 37.823 em 2020, ou seja, 124,7%. Importante ressaltar que 84% das novas vagas foram disponibilizadas por instituições privadas.
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